Finalmente aí está. A CHFJ tem, desde agora, um meio de comunicação regular, público e aberto a todos os que connosco queiram colaborar. A necessidade de levar a todos o ideal cooperativo, as iniciativas que protagonizamos, a vivência e o modelo de comunidade que queremos ajudar a construir, fez nascer um site que pretende ser mais um veículo de coesão desta comunidade.
Baseado nos princípios humanistas, valores solidários e sociais, que enformam a nossa filosofia de vida, queremos contribuir para um movimento cooperativo mais activo, ajustado socialmente, para aumentar a qualidade de vida e níveis de bem- estar que os associados e as suas famílias merecem. Mas também formativo, livre e isento de pressões particulares ou de grupo. Para nós, membros da Direcção são os valores dos direitos humanos, dos direitos fundamentais da família, da educação, dos deveres da cidadania que importa continuar a colocar em primeiro plano. Desde a criação da Cooperativa que temos a consciência que as suas acções afectam a grande maioria dos seus membros, uma vez que, de várias maneiras distintas, contribuiu para o bem-estar físico e social dos que estão ou estiveram a ela associados. Devido à sua estrutura democrática assente nos seus membros, a cooperativa foi a esperança e a materialização de uma legítima ambição: ser proprietário da sua habitação adquirida a um preço social.
Não é novidade que a economia portuguesa teima em não sair da crise, contrariando a expectativa que o Governo vai periodicamente anunciando. A esperada melhoria da qualidade de vida e de aproximação aos parceiros comunitários passou a ser uma miragem. A presente crise social, em que cada há, cada vez mais, portugueses excluídos de uma vida digna e do bem-estar desejado, tem de ser entendida como uma acção prioritária do combate político. Seria bom que os políticos assumissem a necessidade de no seu discurso estarem muito claras as suas preocupações de natureza social e que Portugal acreditasse na certeza das suas convicções. Os problemas sociais não podem ser uma questão de linguagem ou de comunicação. Para alguns o “Social” já não interessa. Para nós, não há economia válida sem preocupações sociais. Se é certo que o dinamismo da economia exige liberdade de iniciativa e concorrência, também é certo que esta liberdade não pode ser exercida à custa dos outros.
A Cooperativa tem vindo a fazer um esforço de modernização, sem alterar profundamente o modelo de gestão social, que continua assente na dedicação e empenho voluntarioso dos seus dirigentes. Os últimos tempos têm mostrado quebras na procura de habitação própria e sente- se a redução de associados com o pagamento de quotas em dia. Sem deixar de ter sempre presente critérios sociais, a Cooperativa, tem que se preocupar cada vez mais com a sua capacidade competitiva, com a riqueza que é capaz de gerar e com a sua consequente distribuição. Só uma cooperativa saudável e competitiva está em condições de oferecer bons postos de trabalho, e servir da melhor forma os seus associados.
Pensar hoje em manter uma atitude exclusivamente voltada para o passado, sem se preocupar com a economia social no seu todo e com as perspectivas de futuro, e contribuir para a falência da cooperativa ou do seu lento definhar e a consequente redução da razão da sua importância. Mais do que nunca temos de pensar socialmente e agir colectivamente.
Fernando Moura e Silva
Presidente da Cooperativa